sábado, 1 de junho de 2013

Over the hills and far away

As montanhas faziam do horizonte a mais perfeita visão que meus olhos de criança já presenciaram. O mundo ainda era um lugar muito grande, os caminhos já conhecidos eram poucos, o trajeto era simplório. Pouco foi visto, pouco foi experimentado. Por essas razões, aquele era meu lugar favorito, apenas pela forma excepcional em que o sol trocava de cor no entardecer. Os elementos da paisagem se mesclavam e as cores combinavam-se para que aquele momento tornasse-se harmonioso em todas as formas e, de alguma maneira, encantasse um ser humano qualquer que decidisse explorar o que a natureza tem de melhor. Essa mesma natureza que me exuberava com sua beleza e movimentos perfeitos, que subia nessa minha cabeça de criança toda vez que imaginasse um lugar feliz. Criança, criança, criança. Repetirei quantas vezes for necessário, eu não passo de uma criança. Guardo tantas inocências e dúvidas quanto uma criança de dez anos ao descobrir que dinheiro não nasce em árvore, que meninos podem ser bons amigos, que o papai e a mamãe podem ser muito injustos, que o mundo é realmente grande. Ainda estou presa naquele mesmo processo de descobrimentos e por isso, meu caro amigo, essa vista é a mais bonita que eu já vi.

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