domingo, 17 de novembro de 2013

Declarações do miocárdio

Eu vejo a humanidade caminhando a passos de formiga na direção errada. Não procuro filiar-me a qualquer instituição que exponha teorias sobre o que é a vida, procuro aqui e agora apenas compartilhar um sentimento que tem arrancado pedaços do meu coração e anda impedindo meu sono. Preocupo-me tanto com o futuro e a vida dos que estão por vir que chego a esse ponto de lástima e corrosão interior. Não nasci pra viver no meu próprio umbigo.
A verdade é que o fato de já terem existido acontecimentos como nazi-fascismo, primeira e segunda guerras mundiais, escravidão, mortes na fogueira em nome de Deus, guilhotina, tortura, grupos de extermínio, o desmatamento de 98% da Mata Atlântica (não consigo pensar em pior chacina), criação de bombas atômicas visando o imperialismo e afirmação de poder... Deixam-me extremamente preocupada e, de certa forma, angustiada. Todos esse fatos podem ser resumidos em uma única palavra, que venho utilizando muito: desumanidade. Des, prefixo de negação. Humanidade, agir em prol dos demais. Recuso-me em acreditar que tais ações citadas sejam da natureza humana... A natureza é perfeita. Somos seres que supostamente pertencem ao auge da evolução, mas pelo o que conheço de história, desde os primórdios, desde quando se tem documentos falando de determinada época, essa tal desumanidade esteve presente. Deve-se levar em conta a cultura de cada povo, os costumes, os valores. Esses itens passam por constantes mudanças, e são de muita importância para explicar certos atos. O que me preocupa é a probabilidade que as ações humanas comprometam a vida futura, se esse lugar que deixarei daqui muitos anos (assim espero, pois ainda tenho muito a dizer e fazer), ainda terá pessoas que pensem e olhem além da linha de conforto. Tenho medo da globalização.
O mundo que vivo e presencio hoje está longe do que meus olhos inocentes consideram como ideal. Vejo pessoas passando por cima de outras, buscando afirmação de superioridade. Vejo indiferença com relação a vida alheia. Vejo a busca incessável por esse símbolo de papel que não acrescenta em nada no conteúdo ético de cada um, muito pelo contrário. Ele te corrompe, te faz viver uma vida sem sentido, te faz acordar todos os dias com a cara fechada e um coração poluído de rancor. Odeio saber disso. Vejo os valores invertidos, vejo o conceito de amor caindo no esquecimento.
Não quero parecer hippie, não trago essas palavras de nenhuma igreja, não tenho nenhum outro interesse a não ser passar esse meu descontentamento com a realidade. Prefiro acreditar que aquele político que roubou dinheiro público pra passar as férias no Caribe fez isso pois ele não foi capaz de amar, de perceber suas responsabilidades. Ele não foi amado, ele não sabe o que é contentar-se com qualquer outra coisa que não seja os itens materiais. Ele deixou-se corromper pelo mundo.
Espero contribuir com a ética. Espero, ao longo da minha vida, fazer com que cada vez mais as pessoas enxerguem o caos que assola as relações entre os países, entre os vizinhos, entre desconhecidos, amigos, familiares, a natureza. A mudança dever vir de cada um, mas para isso é necessário um incentivo, um exemplo de fora. Estou disposta a qualquer coisa que impeça o retrocesso. Estamos aqui para evoluir.

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